Estação Ferroviária
Ceará-Mirim em
fins do século XIX e início do XX, como escreveu Nilo Pereira, importante
jornalista e literato local, era uma “cidade morta”, com um espaço urbano
diminuto e pouco movimentado: as famílias tradicionais, donas de engenho e que
possuíam residências na cidade, para esta se dirigiam apenas em ocasiões
especiais e nas festividades.
Entretanto, como
forma de dinamizar ainda mais a atividade açucareira, facilitando o escoamento
da produção e, por outro lado, potencializando a circulação de pessoas e a
proximidade com outras regiões do estado, foi inaugurada a Estação de Trem de
Ceará-Mirim em 13 de julho de 1906. A cidade até então “bucólica” foi
chacoalhada pelo som do trem, símbolo da modernidade que adentrava no vale.
A inauguração da
Estação de Trem, foi um grande acontecimento na cidade do Ceará-Mirim, com
presença de várias autoridades da região e do país, contando com a presença do
presidente da República na época, Afonso Pena, sendo o primeiro dirigente da
nação a pisar em solo potiguar.
A locomotiva
“catita” foi a primeira a fazer o transporte entre Natal e Ceará-Mirim, e
atualmente se encontra exposta no Museu do Trem, na cidade do Recife.
Uma narração fantástica que faz
parte da imaginário popular da cidade é a lenda cabaça, sendo alimentada pela crença
na existência de um grande rio subterrâneo que corta a cidade de ponta a ponta.
Segundo os moradores do município, ao se mergulhar uma cabaça no num olheiro
d’água presente no distrito de Jacoca, ele é levado pelas águas, surgindo no Olheiro
Pedro II, próximo à estação ferroviária da cidade. Conta-se que esse rio é a
fonte principal a alimentar os olhos d’água do município.
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